recorte

Reduzir a um momento passageiro

Eu não sabia, não tinha como saber. Eu estava ali parada na sombra mesmo com um clima menos quente que o normal.

Parecia tão corriqueiro o dia sem vento, sem aquele ar ou cheiro específico que se possa identificar sempre em cada lugar. Mesmo que seja só cheiro de gasolina queimada de um caminhão velho passando pela rua.

Eu não sabia que por parar e esperar alguém importante em não me buscar me atingiria tanto e me sentir esquecida novamente (mesmo que por uns minutos).

E o pedido então de “Oi, estou aqui”, não seria suficiente se eu não houvesse um meio melhor de me comunicar que um simples celular para esclarecer e resolver esse problema para voltar logo para casa.

E ali mesmo olhei para o chão e tirei um recorte daquele momento. Uma folha amarela num asfalto cinzento com faixas amarelas que não se pode estacionar, me fazendo lembrar que ali era minha pausa e deixa. E tudo bem.

Minha criança interior veio à tona, de uma lembrança que nem sei se aconteceu de ter já sido esquecida uma vez.

Realmente fui eu que me esqueci por alguns instantes.

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