Não sei como fui parar lá, mas estava entre as nuvens do céu de cabeça para baixo. Olhando ao contrário, talvez planando, muito acima do mar, só havia águas profundas até eu cair no meio do nada, mas além de mergulhar estava imersa entre nuvens.

No meio do nada como deserto atmosférico, chovia, entre raios, sol e lua. Vi pássaros, será que eu era um deles e não sabia voar? Talvez esse nem seja meu problema, um problema real.

Em um certo momento pensei que seria o fim, e não pudesse fazer mais nada. O sol acabara de nascer no horizonte, como de manhãs gélidas, apreciei a vista e me guiei ao canto dos pássaros submersos que chegavam até mim pelas profundezas do oceano. Criaturas que voavam nas águas como se fossem céu. Correntes marítimas que mostravam o caminho para outros lugares submersos.

Meus lugares submersos

que vieram acima da superfície

em busca de ajuda,

Já que a sobrevida pode não ser o último

respiro.

E que fôlego podemos dar se o ar já não é respirável, como deveria ser.

Entre mergulhos e sobrevoos, estava em um mundo que parecia imaginação, mas real, o meu real.

A uma caída da cama

— Ai! Desta vez não doeu tanto.

Posso pôr os pés no chão novamente.

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