Fora da gravidade iminente

Sonhei de novo.

Como outras vezes com o que aconteceu na terra. Era o único lugar de lá que não havia poeira, queima da Amazônia que fez o clima ficar insuportável, sem mobilidade e água. Era nosso lugar, pouco habitável e de difícil acesso, auroras realmente regulares, como deviam ser.

Memórias são tão falhas...

Sabe, parece que me "esqueci" muito da gente, errei no esquecimento merda temporário. Preciso sobreviver,

Às vezes esqueço de arriscar;

Às vezes esqueço de querer alcançar galáxias com as mãos;

Às vezes esqueço de dormir;

Às vezes esqueço que estava dormindo, mas só estava mesmo me mantendo são; 

Às vezes esqueço;

Sempre às vezes;

Porque nem sempre eu esqueço

Porque isso é para sempre.

Olhei para o céu e via a segunda lua que estava chegando perto da terra, talvez pela irregularidade da gravidade. Quem eram aqueles seres, se podia chamar assim. E ninguém sabia o que eram, mas estou vivo. Havia alguma coisa muita errada. Tinham rastros de poeira como caminhos de um foguete, mas lento.

Volto a olhar para baixo e vejo que tenho calçados, roupas e... máscara? Não tenho máscara, como... respiro?

Encho meus pulmões de ar e tusso ao sentir o ar pesado e metálico. Eu não estava mesmo na terra, mas era adaptável o suficiente.

Aqui não tem música;

Um vazio e silencioso como um vácuo que te puxa sem muito ar.

Eu só consigo pensar no ar que parece metálico que às vezes tampa mais o horizonte a minha frente, onde via caminho e vinha o caminho até mim. Cobre, talvez?

Me abriguei em um lugar parecido com cavernas na terra. Não tinha muito "vento". Sem meu peito congelar pelas frias tempestades que me cobriam pelas partículas da porcaria de poeiras metálicas. Aqui pelo menos não tinham

Gotas caíam de vagar sob

estruturas afiadas que iam cair

por não terem uma forma exata

e linear. 

Afiando-as

aos poucos, em anos, na escuridão

em que nenhuma vida poderia

sobreviver por muito tempo.

Não enquanto

há tempo.

. . . . . Enquanto

alguns tiram

partes encostáveis

dos pontos

que machucariam, outras deixariam o

tempo quebrá-las.

Aqui o sol era menos quente, que apesar de ver um pouco do céu escuro e empoeirado, a lua e seus rastros ainda é confundido pelo claro da lua.

Isso não daria pra explicar, impossível, que mesmo o céu escuro presente, noites são dias, e não se precisa dessas noites nem dia, talvez toda noite seja dia.

/acesso a memória

Amo quando acordo

com o calor do seu

corpo ao meu

Num dia frio

e chuvoso.

Você de moletom largo

Que esconde a nudez

Que me faz querer

Sentir sua pele

macia por baixo

Com meus

toques

suaves.

E você sorri

com prazer

Vindo a mim

com mais vontade

com beijos

e abraços.

/fechar acesso

A gravidade de noite me fez flutuar como sonhos, e então não dormi no chão coberta por mais poeiras metálicas no escuro.

Pois no silêncio deste outro mundo uma música passa pela minha mente como tivesse ouvidos atentos ao que realmente importa.

Me vejo então em lágrimas das batidas dos sonhos, que na verdade era sons que acompanhavam as batidas do meu coração quando já não percebia que tinha um.

Entre sentir, na respiração ofegante, acordo de um mergulho que não sei se era de poça ou de um lago sujo.

E e na noite que reconheço meus desenhos mentais do fluir. Ouço um rio distante que me faz levantar da poeira e querer encontrar vida ao mergulhar em um mar de sentimentos.

Era noite todo dia, e a lua deste lado continuava crescente.

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